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Covid em alta: o que é comprovado e eficaz para proteção e que já se sabe que não ajuda na luta contra o vírus

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Em dois anos e meio de pandemia, aprendemos que a transmissão do coronavírus ocorre pelo ar, que vacinas protegem e salvam vidas e que as máscaras funcionam.

Por Mariana Garcia, g1

Após dois anos e meio de pandemia, a ciência evoluiu no conhecimento do SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19. Alguns conceitos foram derrubados, como a possibilidade de transmissão por objetos e superfícies.

Outras certezas se consolidaram, como a importância do uso de máscaras, o fato de transmissão ocorrer prioritariamente pelo ar e o protagonismo das vacinas no bloqueio de mortes e casos de Covid

Agora, enquanto os casos passam por novo repique e autoridades alertam para a necessidade de aumentar novamente a proteção, o g1 lista abaixo atitudes e medidas de proteção que são consenso na ciência e outras que não fazem mais sentido.

Comprovado e efetivo️

✔️A transmissão ocorre pelo ar. As partículas (aerossóis) são expelidas quando falamos, espirramos, tossimos ou respiramos.

✔️A máscara PFF2 (ou N95) é a mais eficiente e capaz de evitar contaminação. A máscara cirúrgica vem em segundo lugar. O segredo, no entanto, é saber USAR a máscara de forma correta.

✔️As vacinas são a maior proteção contra a Covid. Elas não evitam o risco de infecção, mas mantêm uma proteção muito importante contra doença grave, internações e mortes.

✔️Já existem remédios que ajudam no tratamento pós-infecção para impedir o agravamento de casos.

Condutas que podem ser deixadas de lado

❌Não há necessidade de limpar objetos e compras. O risco de transmissão por superfícies é quase zero. As gotículas são menos importantes do que os aerossóis.

❌Máscaras caseiras ou de pano devem ser aposentadas. Mesmo quando ela é nova, já tem uma capacidade menor de proteção.

Cloroquina e ivermectina não funcionam. Sociedades médicas, OMS e outras organizações são contra a prescrição dos medicamentos.

Termômetro para medir temperatura e usar luva para se servir no restaurante não evitam ou ajudam na prevenção da Covid.

Usar máscaras (mesmo vacinado): ✔️

A máscara é a grande aliada na proteção contra a Covid-19, já que pode bloquear partículas que a pessoa respira, tosse ou espirra para não as espalhar para outras pessoas. Ela também pode evitar que essas mesmas partículas sejam inspiradas.

«Sabemos que o vírus tem uma capacidade de transmissão bem alta. Uma pessoa pode transmitir para 10, 12 pessoas ou mais. O uso da máscara reduz a chance de quem está doente de transmitir e do contactante se infectar«, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo.

Máscaras já foram obrigatórias, mas agora são recomendadas, principalmente para os grupos mais vulneráveis, imunossuprimidos ou em ambientes com muitas pessoas, como o transporte público.

Ao longo da pandemia, o g1 publicou diversas reportagens que apontaram a importância do uso de máscaras, em especial a PFF2.

Na Alemanha, pesquisadores concluíram que o risco de contrair Covid com uma PFF2 é mínimo. Se usada corretamente, a proteção facial oferece quase 100% de proteção.

Publicado na revista científica “Science”, um estudo comparou a eficiência de 14 tipos de máscaras. Em primeiro lugar, a PFF2 (ou N95). A máscara cirúrgica de três camadas ficou com o segundo lugar.

«A PFF2 tem uma capacidade de proteção maior, mas a cirúrgica também é boa e deve ser utilizada. Já a máscara de pano deve ser aposentada. Mesmo quando ela é nova, ela já tem uma capacidade menor de proteção. Conforme você vai lavando, ela vai abrindo poros no tecido e perdendo a capacidade. Ela não é recomendada», alerta Chebabo.

Outra pesquisa, publicada no European Journal of Medical Research, analisou quatro artigos com um total de 7.688 participantes. Os estudos foram usados para avaliar a associação entre o uso de máscara e a infecção por SARS-CoV-2.

“Todos eles mostraram que o uso de máscara facial estava associado a uma diminuição do risco de infecção por SARS-CoV-2”, disseram os pesquisadores.

Quando falamos em máscaras, temos que lembrar que, além de boa filtragema máscara deve estar bem ajustada. Máscaras que deixam pequenos espaços abertos no rosto — acima do nariz ou nas laterais, por exemplo — não estão filtrando todo o ar que você respira.

E mesmo que você esteja totalmente vacinado (com o esquema primário + doses de reforço), as máscaras continuam funcionado.

«As pessoas precisam aprender que a máscara é muito importante para reduzir transmissão. Além disso, se você estiver com sintomas respiratórios e precisar sair de casa, você DEVE usar máscara. Você está protegendo outras pessoas de pegarem qualquer que seja a virose respiratória», completa Chebabo.

As vacinas protegem: ✔️

Em entrevista ao g1 em janeiro, Chebabo disse que o mundo transformou a história natural da Covid-19 com a vacina.

«Transformamos uma doença que era altamente letal para uma doença cujo risco de morte é muito mais baixo em pessoas que se vacinaram corretamente».

Essa mudança no curso da Covid-19 pode ser confirmada através de diversos artigos, estudos e pesquisas publicados durante a pandemia.

Um deles, publicado na revista The Lancet, estimou que as vacinas contra Covid-19 evitaram cerca de 20 milhões de morte em um ano de pandemia (entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021). O levantamento apontou que 79% das mortes (cerca de 15,5 milhões) foram evitadas por proteção direta da vacina. As outras 4,3 milhões de mortes foram evitadas pela proteção indireta — pela transmissão reduzida do vírus na população e a redução da carga sobre sistemas de saúde.

Segundo a OMS, todas as vacinas aprovadas pela organização fornecem proteção contra casos graves, hospitalização e morte. Além disso, há também «evidências de que ser vacinado tornará menos provável que você transmita o vírus a outras pessoas, o que significa que sua decisão de tomar a vacina também protege as pessoas ao seu redor».

Chebabo dá o exemplo da nova onda que atingiu primeiro a Europa para mostrar que as vacinas protegem. «A onda de Covid começou antes lá e eles estão voltando para o estágio pré-onda. Apesar de o número de casos ter sido alto, quase não vimos impacto em mortalidade e casos graves. A vacina foi suficiente para proteger e evitar um desfecho mais complicado».

Um estudo publicado em 2021 confirma o que diz a OMS e o presidente da SBI. Segundo os pesquisadores, os vacinados contra a Covid-19 têm nove vezes menos riscos de serem hospitalizados ou de morrer do que os não vacinados. Os autores analisaram dados de 22 milhões de pessoas com mais de 50 anos.

E se engana quem pensa que a imunização «natural», ou seja, após pegar a Covid, é melhor do que a oferecida pela vacina. Uma pesquisa feita em Israel mostrou que as vacinas são mais seguras do que pegar Covid.

Publicada no periódico científico New England Journal of Medicine, a pesquisa revelou que o risco de inflamação no coração, inchaço nos gânglios linfáticos e/ou herpes zoster, tidos como efeitos adversos da vacina, são maiores em caso de infecção por Covid-19.

A infecção por coronavírus também está relacionado ao agravamento de doenças para as quais a vacinação não causou qualquer dano, como arritmia, lesão renal aguda, embolia pulmonar, trombose e infarto.

Na época, a recomendação dos órgãos internacionais e da OMS se concentrava na lavagem das mãos e distanciamento social. «Eles são adequados, mas insuficientes para fornecer proteção contra microgotículas respiratórias transportadores de vírus. Este problema é especialmente agudo em ambientes internos e fechados», disseram os cientistas.

Após a cobrança dos cientistas, a OMS reconheceu o surgimento de evidências sobre a transmissão de Covid pelo ar. «Temos conversado sobre a possibilidade de transmissão pelo ar e transmissão por aerossol como uma das modalidades de transmissão da Covid-19», disse Maria Van Kerkhove.

Em 2021, pesquisadores voltaram a alertar que o combate ao coronavírus deveria ter foco em evitar a transmissão pelo ar, ventilando ambientes. O artigo foi publicado na revista científica British Medical Journal. Entre as quatro formas apontadas para evitar a transmissão estavam: manter o distanciamento, ventilar o ambiente, usar boas máscaras e ajustar bem a máscara.

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